17 de julho de 2008

Colorado Sofredor – O Inter dos Fernandos

Posted in Geral às 12:51 am por Nilton_jr

Sou de uma geração de colorados que sofreu muito. Nós, os filhos da década de 80, ouvimos muitas histórias maravilhosas, do Rolo Compressor, da década de 70, de Tesourinha, Larry, Bodinho, Carlitos, Figueroa e Falcão. Histórias de colorados que, desesperadamente, tentavam convencer seus filhos a permanecer no caminho da luz.

Mas na verdade, o que crescemos vendo foi o Inter de Célio Silva, Argel, Sandoval e Fabiano. Este último, nos deu a maior alegria da década de 90: o fantástico 5×2. Enquanto eles comemoravam Brasileiros e Libertadores, nos contentávamos com uma goleada de GreNal.

Ser colorado nos anos 80, 90 e início dos 2000 era sinônimo de ser sofredor. E não foram poucos que desistiram. Muitos largaram o vermelho, vestiram azul. Ou até outras cores, de outros pagos.

Os que resistiram, esses sim, são colorados de verdade. É muito fácil, na época de escola, entrar na onda e torcer pro time campeão. Ficar no time que só perde, pelo contrário, é prova pura de paixão.

Por mais de vinte anos a torcida colorada esperou. Esperou por Fernando. O primeiro, Fernando Miranda, só nos trouxe o segundo. Este, Fernando Chagas Carvalho Neto, ou simplesmente Fernando Carvalho, ou O Presidente, nos trouxe o terceiro, tão eterno quanto ele, Fernando Lúcio da Costa, o Fernandão, o Capitão Planeta. Predestinados, estes Fernandos.

Vejamos: Fernandão estreou no Inter em 2004, e, no primeiro toque na bola, vejam bem, no primeiro toque, marcou o milésimo gol em GreNais. Carvalho sorriu. Sabia que havia encontrado o homem que procurava, o mito que faltava. Sabia ele, que nos anos que se seguiriam, Fernandão seria sinônimo de Internacional, e os dois juntos, sinônimos de vitórias.

Daí pra frente, só alegrias. Ótimos Brasileiros, culminando no título roubado de 2005.

O “vice” daquele ano nos credenciou a maior competição de futebol das Américas. No credenciou a vencer o atual campeão do mundo, e ficar com o título, nunca conquistado pelos que nos roubaram em 2005. “A bola pune”, já disse Fernando Carvalho.

Campeões da Libertadores. Sabia que esse dia chegaria. Chorei, choramos.

E então, o Inter se desmanchou. Bolívar, Tinga, Jorge Wagner e Sóbis. Praticamente a espinha dorsal do time. E tínhamos pela frente o poderoso Barcelona.

Mas ainda tínhamos os 2 Fernandos. Um na diretoria, outro no campo. Líderes, exemplos. E a esperança continuava. Tínhamos um moleque, Pato. Um veterano, Iarley. E tínhamos o que faltou ao time catalão. Tínhamos vontade de vencer. Gana. Vinte e três anos de flauta ecoando em nossas cabeças.

Yokohama, 17 de Dezembro de 2006. Índio sangrava, Fernandão fora com câimbras, no seu lugar, o questionado Gabirú. Medo, angústia, choro. Iarley, zagueiro caído, Gabirú, goleiro, gol do Inter. Mais lágrimas. O Inter é campeão do mundo.

Ganhou tudo, o Inter dos Fernandos. Gauchão, Brasileiro (surrupiado na mão grande), Libertadores e Mundial. Carvalho, através de Fernandão, cumpriu sua missão de colorado, e deixou o cargo.

Ressaca dos títulos, falta de foco, conflito de egos, chamem do que quiser. Daquele dezembro até agora, o Inter sucumbiu. Falta de Fernando, eu diria.

De repente, uma fria quarta-feira nos traz a até então inesperada notícia. Carvalho voltou. Num ato extremo de coloradismo, voltou como assessor, um cargo muito menor que sua história. Uns disseram que foi para blindar o novo técnico, questionado por muitos. Outros, disseram que foi saudade.

Mas só no sábado, horas antes da primeira partida com Carvalho no vestiário, soubemos a verdade.

Fernandão estava de saída, e Carvalho sabia. Sabia que o Inter perderia seu Capitão, seu líder, seu mito.

E ele, Carvalho, precisava agir. Voltar, chamar a responsabilidade, e trazer um novo ídolo. Criar um novo mito.

Agora, fala-se em D’Alessandro, fala-se em Daniel Carvalho. O eterno presidente já mostrou que dá sorte com atacantes de mesmo nome que ele. Acredito no sucesso do filho da casa, Daniel Carvalho.

Então, queridos adversários, temei. Fernando Chagas Carvalho Neto, seu maior pesadelo, voltou.

1 Comentário »

  1. Luciano said,

    Vamos chegar a libertadores ainda e no centenário seremos BI da América e do Mundo!!

    2009 será o nosso ano!!

    Abraços!


Deixe um comentário